
Dois decretos assinados pela governadora Raquel Lyra, com a transferência de mais de R$ 17 milhões da assistência à saúde dos policiais e bombeiros militares para áreas administrativas da Secretaria de Defesa Social (SDS), estão sendo duramente criticados pela Associação Pernambucana de Cabos e Soldados (ACS/PE).
Por outro lado, a gestão estadual alega que, mesmo com o redirecionamento de valores, o orçamento destinado à saúde dos profissionais da segurança permanece maior do que o aprovado para 2023.
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Os decretos 56.749 e 56.748, publicados na edição do Diário Oficial do Estado de 6 de junho, indicam que os valores R$ 4.996.500,54 e R$ 12.096.927,96 serão destinados, entre outras finalidades, para o reaparelhamento operacional das unidades de segurança, melhoria de infraestrutura, conservação do patrimônio público da SDS e desenvolvimento de ações da Polícia Científica.
“É um golpe duro contra aqueles que dedicam suas vidas à segurança e proteção do povo pernambucano. Se de um lado, é incontestável a necessidade do cuidado com a saúde mental dos militares e pensionistas, de outro aporte, a retirada só demonstra que a saúde dos profissionais de segurança pública e pensionistas não é prioridade para o governo do Estado”, declarou o presidente da ACS/PE, Luiz Torres, em nota de repúdio divulgada à imprensa.
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De fato, o adoecimento mental dos profissionais da segurança pública tem se intensificado nos últimos anos. Ou, na prática, o assunto se tornou menos tabu e mais policiais estão procurando ajuda.
Somente em 2022, a Polícia Militar de Pernambuco somou 1.920 afastamentos por doenças mentais. A média diária foi de cinco dispensas ou licenças médicas.
Além disso, no mesmo ano, 4.454 PMs buscaram atendimento psiquiátrico. O efetivo no Estado é de aproximadamente 16 mil militares na ativa.
Em geral, os militares reclamam do excesso de trabalho e da pressão sofrida por causa da rotina de violência e das metas que precisam ser cumpridas.